As mudanças climáticas que estamos enfrentando (e que, infelizmente, enfrentaremos cada vez mais), são provocadas pelos humanos e aumentam a intensidade e a probabilidade de eventos climáticos extremos. O sexto relatório do IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas) é a publicação oficial mais recente da ONU que reúne basicamente tudo que a comunidade científica sabe sobre o que está acontecendo e o que está por vir (o 7º relatório deve sair em breve!). O climatologista brasileiro Carlos Nobre nos alerta que nossos oceanos já bateram todos os recordes de aquecimento dos últimos 125.000 anos e que isso impacta todo o sistema de chuvas do planeta. O IPCC já previa um aumento no volume de chuvas no sul do Brasil no futuro, mas essa previsão se adiantou.
O que fazer diante desse cenário emergencial? Solidariedade & Responsabilização. Solidariedade para ajudar quem precisa agora e responsabilização tanto sobre as causas quanto sobre as consequências das mudanças climáticas. Atuar na causa é lutar, por exemplo, contra o avanço de atividades econômicas que são beneficiadas pelo desmatamento das nossas florestas. O desmatamento desregula não só o ambiente localmente, como impacta todo o clima globalmente. Atuar na consequência é exigir de nossos dirigentes, por exemplo, a implementação de planos para adaptação climática no nível municipal. Portanto, ajude as pessoas já impactadas como puder e considere a pauta socioambientalista também no momento das eleições. Importante lembrar que sustentabilidade não é um luxo e nem uma narrativa para incentivar mais consumo. A sustentabilidade de verdade representa uma mudança estrutural no nosso sistema e é, mais do que nunca, urgente.
Tarse Cabello (Mestranda em Sustentabilidade, Estrategista e Pesquisadora na Cosmo Brasileira)