O que eu, homem profissional do bem-estar, tenho a ver com a saúde das mulheres no mercado de trabalho? Muito. A grande maioria das participantes dos programas para construção de hábitos saudáveis que facilito são mulheres, muitas delas mães, que priorizam o seu cuidado só quando sua disponibilidade para cuidar do outro está ameaçada. Para mim, esse fato é simbólico e demonstra a urgência de olharmos para a invisibilidade do trabalho de cuidado feminino a fim de adotar uma ética de apoio efetivo, sem adicionar mais pressão.
Ao longo da minha experiência, tenho aprendido lições valiosas:
- É fundamental escutar as demandas do trabalho de cuidado que essas mulheres enfrentam e reconhecer os desafios que isso representa para a construção de hábitos saudáveis. Ser espaço para que elas se escutem também.
- Refletir junto dessas mulheres como compartilhar responsabilidades de cuidado com amigos e familiares, normalizando a busca por apoio externo. Ao mesmo tempo, provocar o ecossistema como um todo para ofertar apoio a essas mulheres sem que precise ser reivindicado por elas.
- Encorajá-las a pensar em micro-hábitos que facilitem a manutenção de um estilo de vida saudável. Encontrar caminhos que respeitem o funcionamento cíclico do seu corpo e que permitam seu florescimento pessoal e profissional.
Espero que esse texto chegue como um convite forte e gentil, para que cada mulher possa cuidar de si e contar com o coletivo sem culpa.
Daniel Pinheiro é wellness designer e oferece projetos de bem estar para pessoas e organizações.
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